domingo, 25 de julho de 2010

Corte

Eu sobro dos dias aquilo que fica.
Você cobre as mãos,
um palmo de vida,
dois terços de pavor.
Eu cobro de mim cerimônia,
o rito de esperar o então dum sim,
suspiro pêndulo à corda.

Nem sabe você
do tamanho dessa imprecisão
ou do que se perde sem
você ver.

Sempre madruga na dúvida.
Sempre penduradas em horas escorregadias
e novas unhas,
bem ver a tarde partir e falir um abraço longo
num seguinte que corre.
Nem sei eu
dum hormônio que nos controle
estes impulsos.

Nem vou travar nervos.
Posso imperar este verbo vencível,
posso perambular e arremedar
qual praga cega,

mesmo que pouse cravo seco.



 

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