quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Cortava os cabelos com frequência, no desejo de mudar... e mudava mesmo, nunca precisou pensar em cortar os pulsos.. 

#ETC

 

 

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

trecho (Pluma de Chumbo)


Eu não fui menos insolente, eu desobedeci, eu me inventei e te inventei,
Tudo invenção das minhas paredes movediças. Tudo armação do meu orgulho.
Tudo calor de iceberg, tudo, tudo, tudo.





Oculares


mas nem sei me perder,
sempre haverá algum
com um globo ocular lubrificado
para me reter, desfocado,
- mais gordo e mais estofado no centro -


quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Chorona

Debaixo da mangueira
Brinca de cativa,
Distâncias medidas, quase,
Madeira sustenta, agüenta,
Chinelo longe desencontra,
Trágico e elástico,
De pai à mãe, um pulo.
Sereno é bom, espera,
Beira-janela,
Beiço-dor,
Guarda-sangue,
Quente-contido,
Qualquer que seja rubor,
Qualquer melanina, melina,
Vinda de fundo e longe,
Saia.
Tarde finda,
Finca os dedos no cabelo,
Atrás da orelha,
Frio bom,
Rede vai,
Vem quando pão,
Molha pontinha,
Café com leite,
Chuvisco,
Telhado, quantos cômodos, quanto tempo,
Colcha arrumada, canto quente-só,
Corrida-vida,
Varrer-vingar,
Varrer-suar,
Raspa-ferida.


segunda-feira, 26 de julho de 2010

Onde

De uns dias pra cá,
tenho me perfumado,
antes de dormir,
antevendo, talvez,
num sonho louco
te deparar em mim.
E por trás de nós,
pingando um chorinho ansioso,
tudo melodicamente impresso
num instante,
ali,
sem mais prazos.
Se quiseres,
é na hora.
E pula o minuto,
suspiro imprevisto...
e já sinto tua ausência,
a começar pelos pés.
E a retina vaga
flutua, antiga,
na posição em que deverias estar.



domingo, 25 de julho de 2010

Corte

Eu sobro dos dias aquilo que fica.
Você cobre as mãos,
um palmo de vida,
dois terços de pavor.
Eu cobro de mim cerimônia,
o rito de esperar o então dum sim,
suspiro pêndulo à corda.

Nem sabe você
do tamanho dessa imprecisão
ou do que se perde sem
você ver.

Sempre madruga na dúvida.
Sempre penduradas em horas escorregadias
e novas unhas,
bem ver a tarde partir e falir um abraço longo
num seguinte que corre.
Nem sei eu
dum hormônio que nos controle
estes impulsos.

Nem vou travar nervos.
Posso imperar este verbo vencível,
posso perambular e arremedar
qual praga cega,

mesmo que pouse cravo seco.